Tristeza não é o mesmo que depressão

               
                                                                                                                       foto: fotosbykaren (etsy)


Fonte: www.plenamulher.com.br
Katia Horpaczky - katia@rodadavida.com.br


A Tristeza é uma emoção natural decorrente de uma perda ou mesmo de uma decepção. Ela também pode provir de um fracasso, um luto ou até mesmo de uma mudança de casa ou de trabalho, qualquer situação que desperte em nós o sentimento de não ser amado.

As variações da tristeza são: nostalgia, desencorajamento, consternação e desespero.

O infortúnio é provocado pela necessidade de submissão a um constrangimento inelutável, muito semelhante à reação ao luto, uma vez que nada pode ser mudado neste caso. Impotentes diante da adversidade, o único recurso que nos resta é chorar, ficar com o coração apertado. O desejo de “não existir mais” é comum em um momento como este. É preciso destacar, no entanto, que tristeza não é o mesmo que depressão, já que esta última marca o fracasso do luto, enquanto a tristeza é uma etapa que assinala o fim do luto.

Observe que a tristeza permite, ao mesmo tempo, que a pessoa progrida em direção à aceitação da realidade, bem como reencontrar-se para que possa reconstruir sua própria identidade. Neste momento, o indivíduo dirige sua energia para seu interior, valendo permitir-se ser egoísta, ou melhor, egotista, já que se preocupar com ele mesmo e suas necessidades fazem parte do processo.

É preciso deixar os outros se divertirem, não procure segui-los. Talvez esse não seja o momento para você se expor muito, uma vez que há uma etapa de repouso necessária à reconstrução. Um período de tristeza é justamente um momento de desinvestimento no exterior e de investimento em si mesmo.

Nesta hora, o mais eficaz é encontrar uma pessoa querida e de confiança para chorar em seus braços e receber o que ela tenha a lhe oferecer. Isto é importante para a pessoa sentir-se compreendida em seu sofrimento e amparada. O reconhecimento e a aceitação evitam, por sua vez, que o indivíduo se desvalorize ou volte-se contra suas emoções.

Desta forma, apesar do natural “cansaço” que uma tristeza naturalmente gere, você tende a se sentir mais consolado do que vazio, mais protegido, menos vulnerável, mais preparado para lidar com suas emoções. E lembre-se: até mesmo a tristeza profunda está sujeita ao raio de um luminoso riso.

Depressão Branca: a depressão silenciosa

Paradoxalmente, uma verdadeira depressão pode passar despercebida. O sentimento de desespero pode se dissimular sob um sintoma físico, pela absorção pelo trabalho ou dependência conjugal.

Neste caso, a depressão vem e se instala, tornando-se parte integrante do nosso ser. Não a vemos nem a sentimos, mas ela está lá. É a chamada “depressão branca”, em oposição à depressão “barulhenta”, chamada ainda de “depressão nervosa” na linguagem comum.

Como reconhecê-la? Fisicamente, o rosto fica pouco expressivo, deserto de emoções tanto positivas como negativas. Além disto, este tipo de depressão bloqueia todo tipo de relações. Seu pensamento é chamado operatório, ou seja, concreto e sobretudo útil, pois pode-se ficar absorvido nas tarefas intelectuais mais complexas, resolvê-las, mas não se é levado pelo sonho, pela criatividade. O imaginário fica estagnado, opaco. Assim, as atividades são executadas mecanicamente, sem grande motivação e empenho.


O Diagnóstico da Depressão

Segundo o DSM IV (Manuel diagnostique et statistique des troubles mentaux), é necessário pelo menos apresentar cinco sintomas dos citados na seqüência - quase todos no mínimo por duas semanas - para a depressão ser diagnosticada:

Ø Humor triste, depressivo, que persiste durante todo o dia, por muitos dias;

Ø Perda de apetite, bulimia ou modificação significativa do peso;

Ø Insônia ou excesso de sono, despertares noturnos ou precoces;

Ø Agitação ou lentidão psicomotora;

Ø Perda de interesse ou de prazer pelas atividades habituais, além de baixa atividade sexual;

Ø Perda de energia, fadiga;

Ø Sentimento de indignidade, auto-acusação, culpabilidade excessiva e/ou desapropriada, pessimismo, tendência a ver tudo negativamente, desvalorização;

Ø Diminuição da aptidão para pensar ou se concentrar;

ØPensamentos de morte, idéias suicidas.

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