Inseminação artificial, da frustração à felicidade



Publicado em www.gineco.com.br

Cada vez mais comum, a inseminação artificial é um alento para as mulheres que encontram dificuldade para engravidar. O procedimento não é complexo, e atualmente existem diferentes técnicas para se chegar ao mesmo resultado: superar os problemas de fertilidade do casal e gerar uma vida, transformando em felicidade o que antes era frustração.

Os riscos da inseminação artificial para a mulher são incomuns e pouco significativos, desde que a tecnologia e os cuidados médicos sejam adequados. Apenas em casos raros podem ocorrer infecção pélvica (que ascende do colo do útero ao útero, às trompas de Falópio e aos ovários), reações alérgicas e formação de anticorpos antiespermatozoides.

O sucesso do procedimento depende de fatores como a idade e as causas da infertilidade. O tratamento dura aproximadamente duas semanas – justamente o período de maturação do óvulo.

Segundo o ginecologista Alvaro Petracco, especialista em reprodução humana, o resultado costuma ser muito próximo do que acontece na reprodução convencional. “Ainda que a chance mensal de gravidez seja baixa”, analisa, “devemos considerar a possibilidade cumulativa, que atinge cifras de 40% em quatro tentativas”.

As técnicas de inseminação artificial podem ser aplicadas para melhorar a qualidade do espermatozoide ou ajudá-lo em sua progressão pelo aparelho reprodutor feminino. São indicadas nos casos de oligoastenospermia (baixa qualidade do esperma), presença do fator cervical (em que há dificuldade na interação entre muco e esperma), de endometriose mínima ou leve após tratamento cirúrgico, de anticorpos antiespermatozoides e na infertilidade sem causa aparente.

Nos últimos anos, a inseminação artificial tem sido utilizada também para proporcionar chance de gravidez a pacientes com comprometimento viral – casos em que o sêmen é tratado antes da inseminação.

Técnicas comuns
Uma das técnicas mais comuns de inseminação artificial é a in vitro, em que o óvulo é fertilizado fora do corpo da mulher e, após a fecundação, implantado no útero. Outra é a inseminação intrauterina, em que espermatozoides de boa qualidade são recolhidos e depois transferidos para a cavidade uterina.
A indução da ovulação é uma técnica aplicada em mulheres que possuem ciclo irregular. O tratamento é individualizado. Medicamentos que atuam no hipotálamo são empregados para estimular o organismo a produzir hormônios que vão atuar diretamente no ovário. Em outros casos, são utilizados hormônios gonadotrofinas.
Com a qualidade cada vez maior desses medicamentos, a indução da ovulação tem cada vez mais êxito, o que abre novas perspectivas para pacientes mais idosas ou com produção deficiente dos ovários.

PGD

Uma outra possibilidade é o diagnóstico genético pré-implantacional, conhecido como PGD. Trata-se de uma forma precoce de diagnóstico pré-natal que consiste no exame genético do embrião a partir de uma de suas células. Normalmente, isso é feito no terceiro dia de fertilização. 

O procedimento é indicado, de acordo com o Dr. Alvaro, nos casos “em que um dos cônjuges apresenta alterações cromossômicas, nos casos de abortamento de repetição, nas falhas repetidas de implantação embrionária na fertilização in vitro, no fator masculino grave e no diagnóstico de doenças monogênicas”.

Um “efeito colateral” razoavelmente comum entre casais que optaram pela inseminação artificial é a gestação de gêmeos. O especialista avisa que as chances de isso ocorrer são pequenas. “Em geral, na inseminação artificial, a ovulação é monofolicular e, consequentemente, a gestação é única. Em casos em que a estimulação de vários folículos se faz necessária, a chance de gestação gemelar pode alcançar 10%”, esclarece.

0 comentários:

Postar um comentário