HPV, o novo vilão da mulher


Publicado em www.tempodemulher.com.br

O papiloma vírus humano, o HPV, chegou para assumir de vez o papel de vilão para as mulheres. E não é por menos. Os dados sobre a doença impressionam: ela atinge 360 milhões de pessoas no mundo, é a quarta causa de morte de mulheres no Brasil atrás apenas do AVC (Acidente Vascular Cerebral), infarto e câncer de mama. Além disso, 90% dos casos de aparecimento do câncer de colo de útero são decorrentes da doença. Não dá para bobear com o HPV. Mas que raios de doença é essa mesmo?

O HPV é vírus sexualmente transmissível que causa lesões na pele ou mucosas. Essas lesões aparecem em forma de verrugas no aparelho sexual feminino ou masculino e têm um crescimento ilimitado. Dos 200 tipos de HPV que existem, 15 são oncogênicos (alto risco) e dois são a principal causa do câncer de útero.

Mulheres, todo cuidado é pouco

Segundo estudos do Instituto Nacional do Câncer (Inca), as mulheres são as maiores vítimas dessa doença. Por ano, são mais de 18 mil casos e quase 5 mil óbitos. Os estudos comprovam que 50% a 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas. Fique atenta aos sinais de alerta para você não bobear: o sangramento vaginal, corrimento e dor durante a relação sexual são indícios claros do aparecimento do vírus.

A maioria das infecções é transitória, ou seja, combatida espontaneamente pelo sistema imune, principalmente nas mulheres mais jovens. Qualquer pessoa infectada com HPV desenvolve anticorpos que poderão ser detectados no organismo, mas nem sempre estes são suficientemente competentes para eliminar os vírus. Grávidas, não há motivo para preocupação: o HPV não costuma afetar o feto e a sua presença também não impede um parto normal.

De acordo com o Inca, os tipos 16, 18, 31, 33, 45 e 58 têm alto risco para lesões e câncer. Já os 16 e 18 respondem por 70% dos casos de câncer de colo de útero. Os tipos 6 e 11 apresentam risco menor, chegando a provocar cerca de 80% das verrugas. Claro, não podemos esquecer os homens. Neles, o HPV pode levar a câncer no pênis, no ânus e na orofaringe.

A melhor arma é o diagnóstico precoce

Para o Doutor Alfonso Massaguer, ginecologista e obstetra pelo Hospital das Clínicas e Especialista em Reprodução Humana, a maioria das pessoas com HPV não apresenta qualquer sintoma e o diagnóstico da doença é feito com exame direto da secreção vaginal, biópsia ou raspado peniano naqueles que apresentam lesões ou verrugas. "A maioria das pessoas não apresentam qualquer sintoma, podendo manter o vírus ou eliminá-lo", afirma o especialista.

Como assim eliminar? Entenda que não há regra para o aparecimento dos sintomas. Eles podem nunca aparecer ou se manifestar em algumas semanas como verrugas, lesões vaginais, penianas ou no colo do útero. Ainda segundo o Dr. Alfonso, às mulheres saudáveis que não apresentam os sintomas nem é indicado exames.

Usar o preservativo ainda é a melhor alternativa para diminuir a possibilidade de se contrair o vírus durante a relação sexual. Dessa forma, é recomendada a camisinha até para casais que já estão juntos há muito tempo. O exame de Papanicolau, que consegue detectar no microscópio lesões que não são visíveis a olho nu, é fundamental para rastrear essas lesões iniciais. O objetivo é identificar para tratar o quanto antes essas lesões.

Vacinas para o vírus

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da vacina contra o HPV para homens com idade entre 9 e 26 anos em agosto de 2011. A vacina quadrivante, a mesma que as mulheres já utilizavam, atua contra os tipos 6, 11, 16 e 18 da doença e tem efeito na prevenção de verrugas genitais externas. São três doses necessárias da vacina para a imunização, mas ela ainda não está disponível na rede pública.

"A vacina é a melhor prevenção. Aparentemente a vacina protege por muitos anos. O uso de preservativo também ajuda a prevenir, assim como evitar múltiplos parceiros ou parceiros promíscuos", avalia o ginecologista, que também é fundador da MAE (Medicina de Acompanhamento a Mulher), clínica especializada em reprodução assistida.

Não se esqueça sempre de fazer exames ginecológicos periódicos. Caso apresente os sintomas, procure um médico especialista caso tenha os sintomas do HPV ou procure os postos de coleta de exames do Sistema Único de Saúde (SUS) que existem aí na sua região. Os exames são gratuitos.

Ps- Em Cuiabá, com preço promocional, a vacina custa R$ 300.

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