Saiba mais - Cora Coralina, a doceira poetisa



 Publicado em www.tempodemulher.com.br

Doceira de profissão e poetisa por vocação, Cora Carolina tinha as mãos precisas para o verbo e para o açúcar. Apesar de se considerar mais cozinheira do que escritora dominava as duas artes, mesmo só tendo publicado seu primeiro livro aos 75 anos. Mas desde os 14 rabiscava os primeiros poemas.

Sem modernismos literários, Cora produziu contos e poesias sobre o cotidiano do interior brasileiro, principalmente de sua cidade Góias Velho, em Goiânia, onde nasceu e viveu a maior parte da vida. Leonina, de 20 de agosto de 1889, a escritora só deixou a cidade quando se casou com um homem 20 anos mais velho e se mudou para o interior de São Paulo, onde ficou por mais de 40 anos.

Nessa época era Ana Lins de Guimarães Peixoto Bretas, o pseudônimo Cora Coralina só veio mais tarde, aos 50 anos, depois de ficar viúva e assumir a literatura como a perda do medo. A morte do marido trouxe muitas dificuldades, financeiras e famíliares, mesmo assim a doceira nunca parou de escrever. Apenas com o primário, sem muito estudo, Cora era poderosa com as palavras. A falta de conhecimento quanto a regras gramaticais não prejudicou seu talento e vocação para poesia, que priorizava a mensagem ao invés da forma.

Somente quando Carlos Drummond de Andrade tomou conhecimento da poesia simples e rica de Cora Coralina ela passou a ser conhecida e admirada em todo o Brasil. Em 1983, foi a primeira mulher eleita intelectual do ano com o Prêmio Juca Pato da União Brasileira dos escritores. Dois anos depois, aos 94, Cora faleceu na casinha de Góias Velho, onde cozinhou histórias, adoçou a literatura e nos serviu a poesia.

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