Laqueadura: vantagens e desvantagens


 Por Madson Moraes - www.tempodemulher.com.br


"Filhos... Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos, como sabê-lo?", disse o poeta Vinicius de Moraes. Ter um filho é a realização de um sonho para diversos casais e principalmente para a mulher. Para encerrar a capacidade de ter filhos, uma das maneiras que o casal encontra é submeter a mulher à cirurgia de laqueadura, mais conhecida como ligadura de trompas.

No entanto, é preciso muito diálogo entre o casal para que esta seja uma decisão consciente e saudável. Vamos explicar como é feita a cirurgia e tirar suas dúvidas com a ajuda do ginecologista-obstetra Alfonso Massaguer, que também é diretor-clínico da Clínica MAE.

Trompas de Falópio?

Antes de explicar como é realizada a laqueadura, vamos entender basicamente o que é fecundação. As Trompas de Falópio são os canais que ligam o útero aos ovários. A laqueadura é justamente o "ligamento" dessas trompas. Na operação, faz-se a interrupção desses canais que transportam o óvulo ao útero, onde ele é fecundado pelo espermatozóide. Quando se interrompe esse ciclo, a fertilização não ocorre.

Dito de uma maneira simples: o médico fecha as tubas uterinas da mulher, o que impede a descida do óvulo e a subida do espermatozóide. É uma cirurgia relativamente simples na qual as trompas são cortadas e as extremidades amarradas. O Brasil tem um dos maiores índices de laqueaduras do mundo com 40% das mulheres em idade reprodutiva - de 10 a 49 anos - esterilizadas, ao lado da Índia e China, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Técnicas

"A laqueadura pode ser feita por um procedimento cirúrgico chamado de laparoscopia (que são pequenas incisões de 5 a 10 mm e colocação de um câmera na barriga), uma incisão similar a uma cesariana (ou no momento desta) ou um corte ainda menor de aproximadamente 6 cm. Também pode ser feita através de um pequeno corte pela vagina sem cortar a barriga", afirma o ginecologista-obstetra.

As técnicas mais utilizadas para realizar o procedimento são laparoscopia e por uma incisão similar à cesariana ou, ainda, no próprio momento do parto. "A trompa pode ser cortada, amarrada e até retirada. Se a lesão na trompa for "maior", menor será a chance de falha, mas será mais difícil consertar se a paciente se arrepender", assegura Alfonso.

Uma das vantagens da ligação de trompas é que o risco de gravidez é de menos de 1%. Mas é possível engravidar após o procedimento? Sim, explica o obstetra, mas a "falha é bastante rara". O que não pode é deixar de utilizar, mesmo após a laqueadura, os métodos contraceptivos para evitar doenças sexualmente transmissíveis.

Atendimento na rede pública

Se você está se perguntando se dá para realizar o procedimento na rede pública, sim, é possível. O Sistema Único de Saúde (SUS) realiza o procedimento, mas há vários critérios de inclusão como idade mínima de 25 anos ou pelo menos dois filhos vivos. Também é necessário pelo menos 60 dias entre a manifestação do desejo de laqueadura pelo casal e o ato cirúrgico.

"O mais importante é ver a laqueadura como método definitivo e avaliar se há outro método de anticoncepção não definitivo que se enquadre", garante Alfonso. Os interessados precisam aguardar dois meses para fazer a cirurgia e, nesse período, passam por um acompanhamento médico e psicológico.

Dá para reverter?

Segundo Dr. Alfonso Massaguer, é possível desfazer a laqueadura caso o casal queira novamente ter filhos, mas depende de como foi feita a cirurgia. O procedimento chama-se salpingoplastia e pode ser feita por anastomose tubária microcirúrgica, via laparotomia ou via laparoscopia. O grau de reversibilidade depende da lesão que a técnica cirúrgica causou.

Dessa maneira, laqueaduras feitas com anel plástico ou clipes de titânio são mais simples de reversão. Para as pacientes que foram submetidas à salpingectomia (que é a retirada das trompas), a reversão é impossível. "Se a reversão não for possível, o casal pode realizar uma fertilização in vitro onde as trompas não são necessárias para uma gravidez", assegura o especialista.

Fazer ou não fazer?

Diversos aspectos psicológicos devem ser levados em consideração pelas mulheres na escolha dessa esterilidade. Agora você pode não querer mais filhos, porém mais à frente, caso encontre outro par, o desejo de ser mãe pode voltar. "O apoio de uma equipe multidisciplinar é de grande importância, pois o conhecimento de outros métodos de anticoncepção ajudará a mulher a uma melhor decisão", ressalta o ginecologista.

Um comentário:

  1. ola eu sou a duane c ferreira tenho 27a tenho
    filhos do primeiro casamento fis a laquiadura a 5anos mas é amarrada hj tenho uma nova pessoa e planejamos ter filhos eu gostaria de saber se tenho chances vou faser o exame hesterossalpingografia que está marcado mas eu crei que tenho chansce gostaria de ficar enformada. obrigado


    boa noite

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