Fonte: passarinhosnotelhado.blogspot.com.br


                                     Foto da paciente Bia Perozo (arquivo pessoal)

"Mesmo que nunca tenha gerado um filho.
Mesmo que nunca venha a gerá-lo.
Toda mulher é mãe, primeiro, mãe da boneca mais tarde do irmãozinho.
Casada, é mãe do marido antes de o ser dos filhos.
Sem filho, será mãe adotiva e entregará a alguém os benefícios do seu amor:
aos sobrinhos, aos filhos, ao próximo, aos alunos, a uma causa justa.
Quantas mulheres, que a vida não escolheu para a maternidade de seus próprios filhos, 
não se tornaram mães de suas próprias mães?
Quantas? Ou do pai ? Ou do avô ?
A maternidade é inexprimível.
Como uma fonte de água que uma pedra obstruiu, ela vai brotar adiante.
A maternidade não tem fronteiras, não tem cor, não tem preferências.
É das poucas coisas que se bastam a si mesmas.
Tem sua própria devoção: a esperança.
Tem sua própria ideologia: o amor.
Mãe, luz e vida!
Porque toda mulher é mãe!"


A Viviane espera, irradiando felicidade de tanto amor,  o primeiro filho. Na semana passada ela chegou ao consultório perguntando pelo Benjamin, não é de ver que nosso mascote está famosinho? O boneco Benjamin ajuda as futuras mamães de primeira viagem a aprender embrulhar e segurar o bebê para mamar.

Viviane voltou para Poconé tendo história pra contar, e o Benjamin já faz parte da vida da família dela.







15.02.2007, o dia que nunca irá sair das minhas lembranças, chegou ao mundo João Pedro Medeiros Dias, meu caçula

"Quando fui escolhido, fiquei preocupado. Temia o que encontraria após, noutra dimensão. Do 
lado de cá era vida de paz. Muita luz.  Músicas angelicais na frequência da felicidade. Sabia que 
precisava evoluir, e que a qualquer momento seria solicitado. E isso significava mudanças.  

Na fase de transição vivi num ambiente restrito, porém aconchegante. Fiquei num aquário. 
Nadava, boiava, dava cambalhotas. Era divertido. Ouvia um som calmante e gostoso. As coisas 
eram todas vermelhas. De vez em quando um som incompreensível. Dormia bastante. Gostava 
do gosto adocicado que vinha frequentemente em meu sangue, isso me excitava e deixava eufórico.   
Depois passava, e, o sono voltava. E assim se passavam os meus dias. Recebia muito carinho. Tinha uma voz que falava coisas incompreensíveis para mim. Eu gostava da pressão de algo alisando a superfície, e minha intuição dizia que era algo muito bom. Vinha uma vibração diferente quando isto acontecia, acalmava-me. E já esperava pela próxima. A cada dia ficava mais forte, maior, não parava de crescer. 

Passei a me preocupar como seria nascer. Sabia que a cada dia ficava mais próximo. Foi brotando uma vontade de conhecer esse outro lado! Os dias, as semanas e os meses se foram. E a hora estava chegando. Passei a olhar as coisas com nostalgia. A placenta, o cordão, o líquido. Tudo aquilo era o meu mundo. Era tudo o que eu precisava. Tinha muito calor humano. Porém 
percebia também que as coisas estavam mudando.  

Enfim chegou o dia. Eu senti um aperto no coração. Sabia que meu mundo estava desabando, 
fiquei tristonho. Mas, tinha que seguir meu caminho e buscar a passagem em direção à luz.   Fiquei quietinho. Aconchegado. Torcendo para passar logo. O aperto foi aumentando, a pressão cada vez mais forte na minha cabeça, no meu coração. Por fim o meu mundo ficou escuro. Nada 
mais era avermelhado. Entrei num túnel, bem estreito, com um ponto claro no final. Aquele 
brilho me atraia. Não saberia dizer como era e o que esperar. Seria outro lugar vermelho?

A ansiedade para chegar àquela luz ficou cada vez mais insuportável. Até que por fim, passei! 
Consegui! Cheguei ao outro lado. Foi um momento mágico! Os sons, a luz, as cores tão vivas. O 
tato na minha pele. O contato com aquelas mãos que me acolheram, os rostos felizes. 

Aquelas emoções indescritíveis. Como um filme em câmera lenta, fui registrando cada detalhe. 
O contato com o ar invadindo os meus pulmões. O oxigênio difundindo no meu sangue. 
O mais fantástico foi olhar para aquela mulher e sentir tudo aquilo que eu sentia antes, na 
minha vida lá dentro. Foi sensação de paz. Senti que ela era a minha Mãe! Havia algo especial 
entre nós. Na linguagem do amor nos identificamos. E então... dei o meu primeiro choro, o primeiro de muitos sorrisos para a vida"!

    06.09.1999, meu filhote mas velho, Pedro Augusto Medeiros Dias, sorrindo para o mundo.


Decidimos o nome do boneco fofo da foto, que irá ajudar as futuras mamães de meninos a segurarem seus bebês de forma correta no momento da amamentação. Foram várias sugestões de nomes, mas o que mais adoramos foi Benjamin - filho da felicidade, indicado pela Maíra Costa.

Esse menino charmoso foi feito pela artesã Fafá Santos, é todo especial, em seu interior existe lã de carneiro, portanto é fofinho e antialérgico, um presente do consultório para as mamães mães de menininhos.












Agora... lançado novo desafio: a escolha do nome para a boneca fofa da foto, que já habita o consultório há algum tempo, vamos lá? Ela também foi feita pela competente artesã Fafá Santos (da foto).