“Sou Mãe, a nova florada da vida começou”, por Dr. João Félix


“Quando o botão de rosa cai a roseira se refaz.
Suas folhas trocam, as velhas se vão e novas se desenvolvem.
Reiniciando o ciclo, sua vida continua...
Até que a nova florada  desabroche.



A mulher em seu esplendor no ciclo gestatório com as mudanças hormonais da gestação tudo se desenvolve, cresce, fica exuberante. As mamas aumentadas, modificadas, preparando para a amamentação.  Assim como em  cada vaso, cada tecido, cada milímetro de cada órgão sofre mudanças por essa  estimulação. Sua plenitude atingida para cumprir a missão: dar vida, dar a luz, fazer nascer um bebê, fazer nascer o amor, trazer um novo ser.

Como a roseira em seu final de florada, o puerpério é o momento de mudanças. As folhas da roseira são trocadas. E na puérpera as mudanças pela gravidez operada vão se desfazendo, algumas rápidas e outras mais lentamente. Saindo dos holofotes para o cotidiano assumir o palco. Nem tudo é glamour.  A vida continua e é bom deixar que a rotina se reestabeleça. 

Agora uma nova mulher entra em cena. Um personagem novo, até  então desconhecido:  A mãe! Essa figura tão idealizada, sonhada, moldada. Em muitos momentos  alegre,  e em outros,  triste!  Em muitos momentos, sorridente, em outros, o sorriso guardado. Em muitos momentos o paraíso e em outros, a angústia solitária. Em muitos momentos a felicidade com o seu ser amado, em outros,  as preocupações de mãe com a segurança, a saúde, a tranquilidade de seu filho. Assim é a maternidade... nem  tudo são flores e nem tudo só espinhos.


Logo após o parto o corpo muda, assim como muda o físico, a alma, o espírito, os objetivos, as metas, as conquistas, a vida...
As mudanças gravídicas se vão e algumas marcas deixarão. Mas, que importa essa mancha no rosto, essa estria na barriga, essa mama crescida cheia de leite? O que importa é que sou Mãe, tenho um filho, tenho uma vida, um caminho a ser percorrido. 

O que importa:  uma porta está se abrindo para um mundo novo, até então desconhecido. De mulheres mais resolvidas, forjadas nesses momentos angustiantes e solitários, nas noites em vigília, na companhia noturna, só suas. Aqueles chutinhos na barriga. E hoje  aquele bebê no bercinho dormindo , tão sereno  e tranquilo, trazendo  paz e esperança em um mundo novo que se refaz e se prepara para um novo desabrochar. Nova florada a encantar e encher de vida, cores e alegrias muitas outras vidas”...



Texto: João Félix Dias
Fotos: Rildo Amorim
Edição texto: Creuza Medeiros


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